Diário do Mercado - 6ª feira, 01.07.2016
Cenário externo impulsiona a bolsa.
Dólar sobe com retorno dos swaps, enquanto juros reagem à meta de inflação 2018.
A bolsa brasileira manteve o fôlego de alta da semana reagindo ao bom humor externo. O Ibovespa fechou em alta de 1,37%, aos 52.233 pts, com +4,25% na semana, e acumulando +20,49% no ano. O giro financeiro da Bovespa foi de R$ 7,44 bilhões.
No dia 28 (último dado disponível), houve ingresso de capital externo da ordem de R$ 104 milhões na Bolsa, elevando o saldo positivo de junho a R$ 645 milhões, e ingresso líquido de R$ 12,11 bilhões no ano.
A agenda econômica (pg.3) não trouxe informações consideradas de peso. Internamente, o IPC-S veio em +0,26%, ligeiramente abaixo da mediana das estimativas do mercado, em +0,3%.
A Produção Industrial medida pelo IBGE ficou estável em maio ante abril, e declinou 7,8% em 12 meses, sendo que o mercado estimava queda de 8,2%. Ainda, a balança comercial apurada em junho ficou superavitária em R$ 3,97 bilhões, em linha com o aguardado, em R$ 4 bi.
Externamente, na Zona do Euro a taxa de desemprego recuou marginalmente, de 10,2% para 10,1% em maio ante abril e, nos EUA, o Índice dos Gerentes de Compras divulgado pela consultoria Markit veio em linha com o aguardado pelo mercado, em 51,3. Para a próxima semana, atenções voltadas domesticamente ao IPCA, e aos EUA com o Payroll, ambos na sexta-feira.
Câmbio e Juros Futuros: A Volta do Swap Cambial Reverso
No mercado de câmbio, o Bacen quebrou um jejum de 40 dias fora das ofertas de swap cambial reverso. O volume ofertado (10.000 contratos) foi considerado pequeno, sendo apenas a metade, por exemplo, da última operação da autoridade monetária, em 18 de maio, ainda na gestão anterior.
Com a investida, a moeda interrompeu a trajetória de queda e o mercado, agora, ao mesmo tempo que se pergunta se R$ 3,20 seria um novo “piso informal”, indica que irá testar o patamar nos próximos dias. A moeda fechou cotada a R$ 3,2326 (+0,62%).
No mercado de juros futuros na BM&F, houve avanço nos contratos com vencimento mais longos e retração mais curtos, refletindo as apostas dos agentes em um mais provável ciclo de cortes na Selic, após o CMN anunciar ontem a meta de inflação para 2018 em 4,5%, com bandas de 1,5%, em uma definição que frustrou o mercado, que projetava 4%. Já o CDS de 5 anos do Brasil tornou a retrair-se nesta sessão, chegando a 314 pontos ante 320 pontos na véspera.
Bolsas no Exterior
Nos mercados estrangeiros, a maioria das bolsas mundiais avançaram, ainda na esteira do alívio pós-Brexit, com reafirmações de autoridades monetárias e políticas das partes envolvidas que convergem em posturas de estímulos econômicos visando a manutenção do nível de atividade econômica.
Confira no anexo a íntegra do estudo do comportamento do mercado na 6ª feira, 01.07.2016, elaborado por RAFAEL FREDA REIS, CNPI, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS